INTRODUÇÃO DO CURSO E UNIDADE 1 :TECNOLOGIAS NO COTIDIANO: DESAFIOS À INCLUSÃO DIGITAL

Professora associada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Maria
Elizabeth Biaconcini Almeida, mais conhecida como Beth Almeida, se dedica a estudar a aplicação de novas tecnologias na educação, desde 1990. Na época, ajudou a estruturar o núcleo de informática da Universidade Federal de Alagoas.
Com mestrado e doutorado na área, atua como docente no Programa de Pós- Graduação em Educação pesquisando Novas Tecnologias em Educação.Em entrevista ao Jornal do Professor, a especialista ressaltou a importância da capacitação dos educadores para a modernização da sala de aula. Segundo ela, as ferramentas de produção colaborativa já são as mais utilizadas e o futuro das escolas será pautado por uma palavra: conectividade.
1. O que são exatamente as novas tecnologias que estão sendo aplicadas
na educação?
Quando falamos de novas tecnologias fazemos referência, principalmente, àquelas digitais. Hoje, sabemos que a tendência é de que haja uma convergência de tecnologias e mídias para um único dispositivo. O essencial é que este dispositivo possua ferramentas de produção colaborativa de conhecimento, de busca de informações atualizadas. Isso possibilita uma comunicação multidirecional, na qual todos são autores do processo ou, pelo menos, têm potencial para ser.
2. Quando surgiu a discussão sobre esse assunto?
O primeiro projeto público surgiu no Brasil em meados da década de 1980. Era o
EDUCOM, um projeto de pesquisa desenvolvido em conjunto por cinco universidades públicas que se dedicaram à produção de softwares, formação de educadores e desenvolvimento de projetos pilotos nas escolas.
3. Há uma certa polêmica em torno do uso das tecnologias em sala de aula.
Afinal, os efeitos são positivos ou negativos para o desempenho dos
alunos?
Vivemos numa sociedade informatizada. Não podemos negar o contato com a tecnologia justamente para a população menos favorecida que, em geral, só teria condições de acessá-la no ambiente escolar. Pesquisas mostram resultados promissores quando as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são utilizadas de forma adequada, que oriente o uso para a aprendizagem, o exercício da autoria e o desenvolvimento de produções em grupo.
4. Como elas devem ser usadas do ponto de vista pedagógico?
As novas tecnologias podem ser usadas de diferentes maneiras, mas podem trazer soluções mais eficazes em projetos que envolvem a participação ativa dos alunos, como em atividades de resolução de problemas, na produção conjunta de textos e no desenvolvimento de projetos. O fundamental nessas tarefas é fazer com que os alunos utilizem a tecnologia para: chegar até as informações que são úteis nos seus projetos de estudo, desenvolver a criatividade, a co-autoria e senso crítico.
5. Na era da tecnologia, como serão as salas de aula do futuro?
A primeira mudança é a expansão do espaço e do tempo. Rompe-se com o isolamento da escola entre quatro paredes e em horários fixos das aulas. Teremos a escola no mundo e o mundo na escola. Isso, porque o conhecimento não se produz só na escola, mas também na vida - numa empresa, num museu, num parque de diversões, no meio familiar. Tais espaços poderão se integrar com as práticas escolares e provocarão uma revisão no conceito de escola e de currículo.
Os equipamentos serão bem diferentes, estarão disponíveis em qualquer lugar, talvez nem tenhamos que carregá-los. A conectividade é que vai nos acompanhar em todos os lugares.
6. Quais serão as principais ferramentas dos professores? Que tipo de recurso já está sendo utilizado?
Já temos uma série de instrumentos sendo utilizados pelos professores. Os blogs, por exemplo, são bastante disseminados entre os docentes. O WiKi, que é um programa virtual de produção colaborativa de textos, também. Entretanto há outros recursos, como simuladores que permitem visualizar fenômenos da natureza ou do corpo humano que não teríamos condições de acompanhar se não fosse virtualmente; os simuladores propiciam também compreender o significado defunções matemáticas abstratas por meio de testes de hipóteses e da representação gráfica instantânea.
7. A senhora pesquisou a política de outros paises em relação à aplicação das TICs na educação. Como o Brasil se posiciona em relação a países como Estados Unidos e Portugal?
Atualmente, há uma convergência das experiências em diversos países. Os computadores portáteis, por exemplo, estão sendo testados em todo o mundo, simultaneamente: tanto em países da América Latina, quanto da África, da Europa. O problema, no entanto, não é a disponibilidade das tecnologias e sim a formação de professores para utilizar as TICs. Outro problema que também se evidencia em todos os países é a concepção de currículo. Precisamos superar a idéia do currículo prescrito como lista de tópicos de conteúdo. O currículo deve ser construído integrando o que emerge da própria relação cotidiana entre professores e alunos.
Muitas vezes, os currículos não abordam habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas. Quando se trabalha com o registro de uma atividade num blog, por exemplo, os alunos desenvolvem um projeto pelo computador, que tem o seu desenvolvimento registrado e, assim, é possível identificar diferentes dimensões do currículo que foram trabalhadas no projeto, o que vai muito além do currículo prescrito.
8. O que está sendo feito hoje em termos de formação de professores?
Em primeiro lugar, no Brasil, todos os programas voltados para TICs na educação têm essa preocupação de capacitar os professores. Mais do que permitir o acesso à tecnologia, os programas trabalham a preparação dos educadores. E isso é uma questão de longo prazo, porque a formação se dá ao longo da vida, tem que ser continuada e voltada para a própria prática. Além disso, temos hoje várias pesquisas sendo desenvolvidas nesta área e o Brasil se destaca por ter um projeto de tecnologias na educação que integra a formação de educadores, a prática de uso de tecnologias e a pesquisa científica.
(Renata Chamarelli)

 Para refletir!

Unidade 6 COOPERAÇÃO PRESSUPÕE DIÁLOGO!

Unidade 5 COOPERAÇÃO (OU INTERAÇÃO) NA REDE?

 Objetivos de aprendizagem desta Unidade de Estudo e Prática:
  • Refletir sobre a importância da cooperação no aprendizado, tomando consciência do papel das redes digitais na promoção dos processos cooperativos de trabalho e aprendizagem;
  • Compreender a estruturação e o alcance social e econômico de algumas das principais ferramentas de produção e/ou veiculação de conteúdo digital (wikis, YouTube etc.);
  • Refletir sobre a importância dessas ferramentas na construção de novas práticas pedagógicas;
  • Habilitar-se a incluir as postagens de vídeos no seu blog. 

(INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO DIGITAL ,GUIA  DO CURSISTA, PAG 105-106 BRASÍLIA, 2009 SEG. ED)

Leitura e debate do texto  abaixo:


O computador vai substituir o professor?

O diálogo que vou propor nesta coluna é sobre a escola. Acho que precisamos conversar sobre isso. A Internet está trazendo consigo um novo modelo de educação, uma forma diferente de aprendizagem, e precisamos entendê-lo, apropriar-nos disso, ser protagonistas da mudança.
Precisamos conversar principalmente porque a existência dessa grande rede nos faz pensar na escola que temos, ainda tão fechada, limitada, desconectada do mundo, da vida do aluno; ainda tão distante da realidade de imagens, sons, cores e palavras em hipermídia que constitui a nossa vida hoje.
Precisamos conversar sobre nossos sonhos para a escola, pois, se vocês não sabem, há séculos nós, pedagogos, acumulamos sonhos sobre a sala de aula. Ivan Illich sonhava com uma educação que não fosse limitada às instituições, que formalizam tudo. Jean-Jacques Rousseau pensava numa escola que não corrompesse o homem, deixando simplesmente vir à tona o que temos de melhor. Jean Piaget queria que os níveis mentais fossem respeitados, sem pular etapas, para que não tivéssemos que aprender aos saltos, ou decorar o que não entendemos. Freinet sonhava com uma escola que permitisse o prazer, a aprendizagem agradável e divertida.
Paulo Freire sonhava com um lugar em que o saber do aluno fosse valorizado, onde a relação vivida nas aulas fosse o ponto de partida para uma grande transformação do mundo. Goleman escreve sobre uma escola que permita desenvolver lado emocional, que tenha espaço para as artes, a música, as coisas que, enfim, nos fazem mais humanos.
Mas não soubemos concretizar muitos desses sonhos. Talvez ainda não tivemos tempo, porque era preciso primeiro preparar aulas, corrigir provas, anotar no quadro e nos cadernos tantas e tantas explicações. De repente a tecnologia entra na escola e nos obriga a recuperar tudo isso. A presença da máquina leva todo professor a se perguntar: como é a minha aula? Do que decorre: será que o professor vai ser substituído pelo computador? E sabemos que a resposta é sim, não temos a menor dúvida.
Explico: é que o pior de nós vai ser substituído.
A nossa pior aula, o lado repetitivo, burocrático e por vezes até acomodado da escola, esse vamos deixar para o computador. Ele saberá transformar nossas exposições maçantes em aulas multimídia interativas, em hipertextos fascinantes, em telas coloridas e interfaces amigáveis preparadas para a construção do saber. Então poderemos, finalmente, ficar com a melhor parte, aquela para a qual não nos sobrava tempo, porque pensávamos que devíamos transmitir conhecimentos.
Vamos receber de herança os sonhos de todas as outras gerações, redimi-las realizando tudo o que não puderam conhecer. Agora sim, está em nossas mãos a derrubada dos muros para fazer conexões com o mundo, a criação do espaço para a arte e a poesia, o tempo para o diálogo amigo, o trabalho cooperativo, a discussão coletiva, a partilha dos sentidos. Está em nossas mãos a construção de uma escola mais feliz, feita por mestres e alunos que saibam, juntos, propor links e janelas para a sala de aula, onde aprender não seja uma tarefa árdua e penosa, mas sim uma aventura.
Então será preciso que cada mestre se despeça da figura de professor transmissor de conteúdos que há em si mesmo, e que os alunos abandonem seu papel de receptores passivos. Isso é o pior de todos nós, não nos daremos mais a conhecer assim.
Vamos tentar construir juntos algo novo. É claro que nós, professores,vamos precisar de ajuda: os alunos saberão nos dizer como fazer. Será que eles aceitam ser nossos mestres? Acho que sim, é só por este próximo milênio. Nessa nova sala de aula, na verdade todos serão mestres.
E, curiosamente, a gente vai aprender como nunca.
                                                                                                         Andrea Cecília Ramal

Para refletir!
Como a tecnologia pode possibilitar uma transformação educacional?


Unidade 4 ELABORAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTOS

Unidade 3 BLOGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?

Blog: diário (de aprendizagem) na rede 

 Objetivos de aprendizagem desta Unidade de Estudo e Prática:
  •  Reconhecer as principais características dos Blogs;  
  • Construir um repertório inicial sobre as possibilidades de escrita digital nos Blogs;  
  • Realizar o processo minimamente necessário para criação de um Blog, percebendoalgumas das suas possibilidades de ajustes e configurações;  
  • Refletir sobre o papel dos blogs, a aprendizagem e a comunicação.
  •  Compreender o papel dos Blogs na comunicação da era digital.

    INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO DIGITAL ,GUIA  DO CURSISTA, PAG 105-106 BRASÍLIA, 2009 SEG. ED)

    UNIDADE 2 :NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE